Ex-prefeito de Governador Celso Ramos é condenado por “ato de vingança” contra adolescente

    Juliano Duarte Campos tirou transporte apenas do avô dela após discussão na internet, o que MP e justiça consideraram prevaricação; ele nega e culpa ciclone bomba por interrupção do serviço

    Em 2020, quando ainda chefiava a administração municipal de Governador Celso Ramos, Juliano Duarte Campos discutiu com uma adolescente nas redes sociais e, após, suspendeu o serviço de transporte do avô dela em veículo da Secretaria da Saúde.

    O caso foi denunciado na justiça pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) como um ato de represália, resultando na condenação do ex-prefeito pelo crime de prevaricação. A decisão foi proferida nesta terça-feira (12/12) pelo Juizado Especial Criminal da Comarca de Biguaçu.

    juliano em seu gabinete sentado à frente de uma mesa cheia de papeis, com uma persiana fechada ao fundo
    Juliano Duarte Campos foi prefeito de GCR de 2013 a 2020 – Foto: Arquivo CSC

    O caso ocorreu em julho de 2020, quando Campos ocupava o posto de prefeito em Governador Celso Ramos, na Grande Florianópolis. Segundo a denúncia apresentada pelo MPSC, o gestor público discutiu com uma adolescente em uma rede social e, depois, em um “ato de vingança política”, nas palavras do MPSC, suspendeu o serviço de transporte da Secretaria de Saúde para o avô da adolescente.

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    O idoso é paciente de hemodiálise e usava o serviço do município três vezes por semana desde 2019 em viagens até Florianópolis. Como demonstrou o MPSC, apenas o avô da adolescente foi impedido de usar o transporte da Secretaria da Saúde, já que o serviço continuou sendo oferecido pela prefeitura.

    Pela condenação, o ex-prefeito foi sentenciado a quatro meses de detenção, que foram convertidos em uma pena restritiva de direitos em limitação de fim de semana, além de 10 dias-multa. Ele poderá recorrer em liberdade.

    O que diz Campos

    O ex-prefeito de GCR alega que o ciclone bomba ocorrido na mesma época em Santa Catarina afetou os serviços no município. Ele também afirmou à reportagem que não foi intimado da decisão e que só ficou sabendo pela mídia, mas que ainda vai recorrer.

    “Em momento algum eu proibi, até porque foi eu que implantei e dei todas as condições durante os 8 anos que eu que eu fui prefeito”, disse em mensagem ao Correio. Ele acrescenta críticas à gestão atual da prefeitura e argumenta: “Nós sofremos o ciclone bomba no dia 30 de junho de 2020. Nós ficamos 5 dias sem energia. Carro tombado, van tombada, um monte de prejuízo. Ficamos sem carro na saúde, na assistência social. Enfim, isso tudo documentado. A principal testemunha que foi ouvida, que é o servidor Davi, nem MP nem a juíza citaram o depoimento dele. Nós vamos recorrer e eu não tenho dúvida de que a justiça mais uma vez prevalecerá”, declarou Campos.

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