A fila de procedimentos cirúrgicos eletivos em Santa Catarina chega a 105 mil pacientes, além de 117 mil que precisam de exames. Há pessoas esperando desde 2017 por uma cirurgia. Para resolver esse entrave o Governo do Estado anunciou nesta segunda-feira (6/2) um plano de executar todas as cirurgias em espera dentro de 6 meses, zerando a fila.
A ação é um dos principais objetivos de campanha do governador, Jorginho Mello. Conforme expôs, a plano é alcançar a capacidade máxima de cirurgias por mês na rede própria de hospitais, de 21 mil procedimentos eletivos por mês. Atualmente, segundo a secretária de Saúde, Carmen Zanotto, o Estado só consegue executar uma média de 8,7 mil cirurgias mensalmente.
Para aumentar a capacidade de exames e execução dos procedimentos o governo do estado está “arrecadando” dinheiro. O levantamento interno é que são necessários R$ 235 milhões, com financiamento do próprio caixa (R$ 135 milhões), recursos de convênios municipais (R$ 30 milhões) e do fundo nacional de saúde (R$ 70 milhões).
Uma das ações para conseguir zerar a fila, conforme explicou a secretária, é pagar mais vezes o valor atual da tabela SUS para cada procedimento. “Esse dinheiro será para pagar duas vezes o valor da tabela, mas há casos em que o procedimento custa até 5 vezes o valor atual”, disse Zanotto.
As demandas mais reprimidas estão relacionadas a ortopedia, cirurgia geral e geniturinário. A região com maior fila é a da Grande Florianópolis, com mais de 28 mil pacientes à espera.
Mello e Zanotto ainda ressaltaram que o plano também envolve parar de depender de mutirões de cirurgias, que não resolvem a situação como um todo. A execução do plano envolve, então, alterar e padronizar protocolos em hospitais de todo o estado, de forma a manter tempos iguais de espera para todos os pacientes de um tipo cirúrgico, além de um objetivo geral a longo prazo em descentralizar os atendimentos na Grande Florianópolis.
Cenário da fila de cirurgias em SC
Pacientes em fila de espera para cirurgias eletivas: 105 mil
Pacientes em fila de espera para cirurgias oftalmológicas ambulatoriais: 4,7 mil
Pacientes aguardando consultas com a especialidade cirúrgica: 117 mil
Média de cirurgias eletivas (dez/2021 a nov/2022): 8,7 mil/mês
Taxa de não comparecimento em consultas cirúrgicas: 33,13%
Capacidade dos hospitais sob gestão estadual (91 contratos): 21 mil cirurgias eletivas/mês.