O prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, anunciou que fará nova licitação para contemplar as áreas da capital sem saneamento, o que representa uma quebra de contrato com a Casan, até então responsável pela expansão da rede de esgoto.
Para a prefeitura, a Casan não possui capacidade financeira para implantação da rede em curto e médio prazo e, em comunicado nesta quinta-feira (19/10), Neto afirmou que notificou tanto a companhia, quanto o governador, Jorginho Mello, sobre a decisão. “Essa é uma decisão madura e muito prática. Não é uma briga política”, diz o prefeito.
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A decisão significa um revés para o governo do estado, que chegou recentemente a trocar o comando da Casan para tentar agradar os dois maiores clientes – os municípios de Florianópolis e São José. Durante o ano, Topázio Neto já havia dado um ultimato sobre a situação, alertando, entre outros pontos, para a necessidade de retomada até esse mês da obra da estações de tratamento de esgoto (ETE) do Rio Tavares, parada há um ano. A Casan logo prometeu que atenderia as exigências.
Agora, o município afirma que irá começar a modelar uma nova licitação para o saneamento em Florianópolis, sem a companhia, e com foco no Sul da ilha. Primeiramente está em elaboração um edital que irá contratar empresa para indicar os parâmetros da futura licitação. Depois, a prefeitura irá “redefinir a relação” com a Casan, segundo o comunicado. Nesse processo serão definidos como ficam os equipamentos de saneamento em uso e em construção.
Atualmente a estatal tem quatro grandes obras de saneamento em Florianópolis: as ETE de João Paulo e Ingleses, a do Rio Tavares (parada por abandono da empresa) e a ampliação da ETE Insular, no Centro. Segundo a companhia, a previsão era de que a conclusão das respectivas redes coletoras aumentassem a cobertura na cidade de 58% para 75%.