Florianópolis é o primeiro município do país a instituir o programa Lixo Zero, conforme o decreto nº 18.646, publicado na última segunda-feira no Diário Oficial do Município. O lançamento oficial do projeto será durante o Congresso Catarinense de Saneamento – Concasan 2018, que abre nesta quarta-feira no Centro de Eventos Luiz Henrique da Silveira, em Canasvieiras.
O detalhamento técnico do programa será na sexta-feira (8/5), durante uma plenária especial sobe o tema com a presença de um dos fundadores da Zero Waste International Alliance, instituição internacional atuante em prol dos princípios do Lixo Zero em todo mundo, o americano Richard Anthony. Além dele, participa o britânico Mal Willians, diretor executivo do The Zero Waste International Trust.
— O propósito é estimular a mudança de comportamento e valorizar a questão do resíduo sólido produzido na cidade, além de alcançar índices de reciclagem compatíveis com os tipos de resíduos gerados — adianta o superintendente municipal de Habitação e Saneamento, o engenheiro sanitarista Lucas Arruda.
De acordo com o engenheiro, cerca de um terço do lixo do município é orgânico, um terço é reciclável e esses dois tipos poderiam ser 100% reintegrados à cadeia produtiva. Com isso, apenas um terço de todo o material que se produz hoje seria destinado a aterro.
Programa Lixo Zero não se limita a discutir reciclagem
O programa Lixo Zero não se limita a discutir reciclagem. A proposta é ir além e inclusive debater com o setor produtivo a possibilidade de mudar o os métodos de produção e como diminuir que os rejeitos façam parte das embalagens. A modernização da prestação de serviço já oferecida também está na pauta, com a ideia de discutir o modelo atual: será que mandar 90% do lixo coletado para um aterro é razoável? Será que esse material todo tem valor econômico?
Nesse sentido, o programa Florianópolis Capital Lixo Zero emerge de uma iniciativa popular. A Prefeitura está abraçando um conjunto de movimentos da sociedade que trazem ações de êxito, desde iniciativas de startups até prestadores de serviço de compostagem, serviços sociais dentro da comunidade que já estão promovendo esses conceitos de valorização do resíduo.
— Tudo isso perpassa uma aliança que tem que ser feita, entre sociedade, governo e iniciativa privada. O balanço dessa equação é um ganho para todos: para o ambiente, para a cidade e para as pessoas — diz Arruda.
Já estão na pauta do programa vários temas da política nacional de resíduos sólidos, como a revisão do sistema de cobrança de taxa de acordo com a produção de resíduos. Existem também estudos para fazer a definição de quem é grande gerador de resíduos no município.
— A gente quer incentivar, portanto, que tanto as pessoas nas suas casas quanto empreendimentos maiores produzam menos lixo dentro da cidade. Queremos integrar tudo isso com programas existentes com associações de catadores e de reciclagem, por exemplo — finaliza o engenheiro.