A quantidade de queimadas propositais na Amazônia provocou uma nuvem de fumaça ao longo do continente Sul Americano que mais uma vez alcançou a atmosfera do território catarinense, nesta quinta-feira (8/9), deixando o sol com um leve tom laranja.
Imagens de satélite mostram que o “rio aéreo” que abastece com umidade o clima catarinense está tomado por partículas de fumaça (detecção de monóxido de carbono por parte dos satélites) cobrindo grande parte de países vizinhos e, em menor intensidade, os estados do Sul e Sudeste brasileiro.
Segundo Ana Luiza Dors Wilke, meteorologista da Defesa Civil de Santa Catarina, desde a manhã dessa quinta já foi possível observar nas imagens de satélite o transporte dessa fumaça, que ocorre por ventos em níveis de maior altitude. “Essa fumaça é resultado das queimadas na região norte do Brasil e é transportada pelo vento em níveis mais altos da atmosfera, chegando na Bolívia, Paraguai, no norte da Argentina e no Sul do Brasil”, afirma.
Ana Wilke compartilhou com a reportagem a imagem feita às 15h30 pelo técnico em meteorlogia da Defesa Civil de SC Paulo Hames a partir do satélite Goes 16, com a explicação do transporte de fumaça. Outros serviços meteorológicos mundias também dectaram a grande quantidade de fumaça sobre a América do Sul nesse início de setembro, compartilhando nas redes as imagens do impacto do monóxido de carbono na atmosfera.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a área coberta pela fumaça no Brasil abrange 5 milhões de km² e os focos de incêndio na região amazônica superaram em apenas uma semana todo o mês de setembro de 2021: de 1 a 7 de setembro de 2022 foram 18.374 focos de incêndio identificados, contra 16.742 focos em 2021. No ano passado a fumaça das queimadas também havia alcançado SC.
Sol alaranjado
Na Grande Florianópolis durante essa quinta foi possível observar que o espectro solar apresentava um tom alaranjando, característico de períodos em que há a presença de fumaça espalhada na atmosfera. Em setembro do ano passado o mesmo fenômeno havia ocorrido no período de queimadas no bioma amazônico, para expansão da fronteira agropecuária.
Segundo a Defesa Civil de Santa Catarina, com a virada do vento, chuva e o afastamento gradual da frente fria essa condição deve ser minimizada nos próximos dias e a fumaça da Amazônia sobre SC deve se dissipar.
Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br
