Em assembleia na tarde dessa quarta-feira (9/2), funcionários da Prefeitura de Florianópolis aprovaram a entrada em greve por tempo indeterminado. Como principais reivindicações da categoria estão a valorização do serviço público – melhores salários e contração de pessoal – e a posição contrária à privatização da coleta de lixo.
Na parte da manhã os funcionários da Comcap também declararam greve, pelos mesmos motivos. Os trabalhadores protestam contra a privatização e pedem cumprimento de acordo coletivo firmado em setembro. Um dos pontos nevrálgicos é a cláusula que determina que não pode haver privatização desse serviço em Florianópolis. De acordo com sindicato a prefeitura está descumprindo a cláusula ao manter contrato com a empresa privada Amazon Fort para cobrir as regiões norte e continental.
O Sintrasem afirma que a manifestação é, de modo geral, “contra a política de desmonte do serviço público”. O sindicato avalia que a gestão municipal desvaloriza os trabalhadores para “quebrar o serviço público para fazer a população acreditar que a privatizar e terceirizar são a solução”.
A greve tem adesão principal de servidores da saúde, da assistência social, da educação, além da Comcap, e outras secretarias. Como ponto objetivo, os servidores municipais pedem mais investimento nas estruturas públicas e o ingresso de maior quadro de funcionário para atendimento da população, especialmente nas áreas da saúde e de assistência social. Segundo o Sintrasem a prefeitura não concede reajuste de salários há dois anos e não paga o piso para profissionais de educação.
O que diz a Prefeitura de Florianópolis
A Prefeitura de Florianópolis afirma que contratou emergencialmente, somente em janeiro de 2022, mais de 400 servidores temporários para atendimento na saúde, após alta dos casos de coronavírus. No período muitos servidores foram afastados por contraírem a Covid-19, o que impactou nas equipes de saúde, tanto da linha de frente, quanto no setor de saúde da família. “Desta forma, as férias dos servidores foram afetadas, pois os mesmos fazem parte do serviço essencial em um momento de emergência. Com a estabilização da situação sanitária, a Prefeitura está voltando com a regularização da programação de férias já nas próximas semanas”, informa o poder executivo municipal. Na avaliação da prefeitura, há uma preocupação com as consequências que uma paralisação pode causar, e assim fará novas contratações emergenciais se for necessário.
A Prefeitura de Florianópolis também afirma que está cumprindo, desde janeiro, a regularização do último piso salarial dos profissionais da educação, e que isso já foi acordado com a categoria no final do ano passado. “A atualização do aumento do piso só entrou em vigor pelo Governo Federal há cinco dias, e a Administração Municipal irá realizar o reajuste para o próximo mês, já que a folha de pagamento deste mês já foi finalizada e salários pagos”, conclui, por meio de nota, a prefeitura.
Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br
