GNV vai subir 41% em Santa Catarina em 2022

    Com menos variações, GNV é o combustível mais econômico
    SCGás/Divulgação/CSC

    No primeiro dia de 2022, postos que vendem GNV em Santa Catarina estão autorizados a passar a tarifa básica de R$ 2,7830 para R$ 3,9484 por metro cúbico, um aumento de 41,87%. A medida foi autorizada pela Aresc (Agência Reguladora de Serviços Públicos de Santa Catarina), em 20 de dezembro.

    Segundo a resolução 109 da agência reguladora, a decisão determina os reajustes estimados em valores médios a partir de primeiro de janeiro, com reajustes médios, para cada segmento, de 40,95% para a indústria, 29,47% para o comércio, 24,70% para as residências e 41,87% para o GNV.

    As tarifas de gás natural variam semestralmente em Santa Catarina e são atualizadas pela ARESC por meio da conta gráfica, ferramenta criada em 2016. O mecanismo acompanha as movimentações do custo do gás – valor pago pela SCGÁS ao supridor –, que varia de acordo com o as cotações do dólar e do petróleo.

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    Além do reajuste do custo do gás e do transporte, a Aresc anunciou em 13 de dezembro a revisão tarifária que atualiza a margem de distribuição da SCGás, que vai aumentar em mais 2% as tarifas, em média.

    Presidente da SCGás diz que aumento é temporário

    Em entrevista ao jornalista Ewaldo Willerding, o engenheiro Willian Anderson Lehmkuhl, presidente da SCGás, argumenta que o aumento da tarifa de gás é “temporário”.

    EW: Há uma crítica em relação ao aumento do valor do gás natural para o ano que vem na ordem de 45%. A Fiesc se mobiliza contra esse reajuste. Como a SCGÁS recebe essas críticas?

    WAL: O único fornecedor de gás natural hoje no Brasil é a Petrobras, e nós somos obrigados a ter que lidar com esse monopólio, passando as condições ao mercado. Nós organizamos uma chamada pública para tentar atrair novos supridores, recebemos várias propostas, mas por falta de regulamentação por parte da ANP, os novos supridores não conseguiram acessar o mercado brasileiro ainda. O que acontece nesse momento que pressiona os custos, e de fato a gente prevê um aumento importante para o ano que vem, porém um aumento temporário, é questão do setor elétrico em função da crise hídrica, e por conta com o acionamento de termelétricas. Com isso o consumo de gás cresceu muito no país, o que pressiona preço. A gente diz que no primeiro semestre de 2022 teremos um choque de preço, de origem internacional, que contamina o nosso mercado interno, mas a partir do segundo semestre do ano que vem já tem projeção de queda. As cadeias de suprimento global foram um tanto “bagunçadas” no contexto da pandemia e tudo que aconteceu no diesel, na gasolina, agora está chegando no gás natural.

    Procon de Florianópolis notifica SCGás

    Por conta da alta de quase 42% do GNV, o Procon de Florianópolis notificou a SCGás nesta segunda-feira (27/12) a explicar o aumento. Dependendo da resposta, a empresa poderá receber uma ação administrativa do Procon municipal. Segundo o órgão da prefeitura, a partir de 1º de janeiro vai haver fiscalização na cidade para verificar se os repasses aos consumidores não serão maiores do que o aumento anunciado.

    Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br

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