O governo do estado e as prefeituras das quatro maiores cidades da Grande Florianópolis assinaram na tarde desta segunda-feira (20/3) a recomposição do Centro de Operações de Emergência (COE) para combate conjunto ao mosquito transmissor da dengue. Até essa semana há mais de 1,7 mil casos da doença confirmados na região.
O Aedes aegypti é uma espécie de fora do Brasil (exótica), mas que se adaptou muito bem à zona da capital catarinense e tem provocado um aumento de casos que preocupam as autoridades. Em 2022 foram 90 mortes em todo o estado e uma nesse ano, além de 6 em investigação. Para isso foi montado o grupo de resposta conjunta na região, uma vez que o mosquito “não respeita fronteiras”, como diz o prefeito da capital, Topázio Neto.
O governador, Jorginho Mello, ao anunciar uma verba de R$ 10 milhões para aumentar o tempo em que os postos de saúde ficarão abertos na região, diz que agora é “meter o nariz no terreno dos outros”, em referência à necessidade de combate conjunto da população para redução do número de focos. A posição foi reforçada pela secretária de Saúde do governo do estado, Carmen Zanotto: “Na pandemia de Covid-19 a dificuldade eram os equipamentos de UTI, agora o combate está nas nossas mãos”.
A verba servirá para aumentar a celeridade de diagnósticos e, adicionalmente, para desafogar os serviços hospitalares na região da Grande Florianópolis, que seguem lotados.
O médico Fábio Gaudenzi, no ato de assinatura do COE, lembrou que os casos de dengue nesse ano, que passam de 3 mil em Santa Catarina, estão com um perfil de mais crianças e jovens infectados, além de uma característica mais ampla da infestação: “Há menos focos nesse ano, mas 21% de municípios infestados a mais”, afirmou. Palhoça, por exemplo, está em situação de epidemia, quando supera 300 casos de dengue para cada 100 mil habitantes. Junto com São José (110 casos) e Florianópolis (312 casos), os três municípios declararam situação de emergência por causa da infestação de mosquito. Em Biguaçu há mais 50 casos da dengue.
Os prefeitos, reunidos na sede da Granfpolis para a ocasião, junto ao governador e ao deputado Sérgio Guimarães pediram a colaboração das pessoas para acabar com os focos nas casas, além da perspectiva de aumento de fiscalização.
Correio: qual é o recado para a população nesse momento?
Orvino Coelho de Ávila, prefeito de São José: “O poder público pode fazer, tem que fazer, mas se a comunidade nos ajudar fica melhor, porque só eu, o prefeito Topázio, o prefeito Freccia a gente acaba não conseguindo, é um contingente populacional acima de um milhão de pessoas. Na semana passada também autorizei a contratação de mais agentes de combate às endemias”.
Topázio Neto, prefeito de Florianópolis: “É uma doença que o mosquito não respeita limites físicos, portanto o mosquito que cria em Florianópolis pode infectar em São José e vice-versa. Então a maior ferramenta que temos para combater o mosquito da dengue é a informação. Você tem que tirar 10 minutos por dia pra ver na sua casa, no seu quintal, se não tem foco de criação”.
Jorginho Mello, governador: “isso é um compromisso de todos nós, não só da prefeitura, do fiscal, para verificar a prevenção onde a gente mora. Cada um tem que conferir o seu quintal. A gente vai liberar algum recurso para os municípios, mas é uma luta diária para que a gente combate esse mal”.