O deputado Julio Garcia (PSD), presidente da Alesc, ocupou a tribuna nesta terça-feira (4/6) para se manifestar sobre o envolvimento de seu nome com a Operação Alcatraz. A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em dois endereços seus – um apartamento em Florianópolis e um sítio, que foi também sequestrado judicialmente. Antes dos esclarecimentos, ele falou que é o um momento de tristeza e também de serenidade, agradeceu o apoio dos que manifestaram solidariedade consigo e que confia na justiça.
“Passei por vários momentos felizes nessa tribuna. Mas hoje é diferente, hoje eu não tenho dúvida que é o dia mais triste de toda a minha trajetória no Parlamento”, disse o deputado.
Julio Garcia abordou, no pronunciamento, pontos centrais a seu respeito que constam na investigação. O primeiro diz respeito a um terreno adquirido por ele em 1994, em Paulo Lopes. O deputado afirmou que houve problemas na regularização do imóvel, cujo processo se arrastou por 20 anos. “Por isso, houve o link entre a legalização do terreno e a sua compra. Tal imóvel não tem nada a ver com a operação, que investiga desvio de recursos públicos para benefícios de privados”, disse o deputado.
O segundo ponto diz respeito ao seu relacionamento com o proprietário de uma das empresas envolvidas que presta serviços ao Poder Executivo estadual e foi alvo da operação. “Desconheço qualquer atividade comercial dessa empresa, incluindo seus contratos. Alegam que sou amigo do proprietário. Mas do que isso: tive convivência familiar por 15 anos e mantenho até hoje amizade com ele.”
A respeito do ex-diretor de tecnologia da assembleia, Nelson Nappi Junior, um dos 7 presos preventivos, o presidente da Alesc afirmou que tem amizade de muitos anos com ele, sendo inclusive padrinho de casamento. “Desconheço ilicitudes dele. Não fosse assim, não o teria nomeado para o cargo na Assembleia. Não vou renegar meus amigos”. O diretor foi exonerado por Julio Garcia no dia da operação.
Julio Garcia agradeceu pelas manifestações de confiança e solidariedade que recebeu nos últimos dias. “Vou lutar até o fim para provar minha inocência. A única coisa que posso pedir é justiça. Não quero ser pré-julgado, mas não abro mão de ser julgado.”, finalizou o presidente, aplaudido pelo público presente nas galerias. Depois, diversos deputados fizeram apartes para manifestar apoio ao presidente.