Até julho de 2024, a Central de Atendimento à Mulher, conhecida como Ligue 180, recebeu 84.300 denúncias de violência, um aumento significativo de 33,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em Santa Catarina, foram registradas 2.611 denúncias, marcando um aumento de 29,77% em comparação com o ano passado.
Das denúncias recebidas em Santa Catarina, 1.394 foram feitas pelas próprias vítimas e 1.216 por terceiros. A maioria das ocorrências ainda se dá no ambiente doméstico, com 1.037 denúncias registradas nesse contexto. A faixa etária mais afetada é a de mulheres entre 40 e 44 anos, com 464 denúncias, e as mulheres brancas são as mais frequentemente vítimas, representando 1.606 casos. Os agressores mais comuns são esposos e companheiros, responsáveis por 993 ocorrências.
Para enfrentar a violência contra a mulher, o Ministério das Mulheres lançou a campanha “Feminicídio Zero — Nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada”, no início de agosto. Esta campanha coincide com o aniversário de 18 anos da Lei Maria da Penha e busca aumentar a conscientização e oferecer apoio às vítimas. Uma projeção no Congresso Nacional, no dia 7 de agosto, destacou o Ligue 180 como principal canal de ajuda.
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, destacou que o Ligue 180 é um recurso essencial tanto para informações quanto para situações de emergência, enquanto a linha 190 deve ser utilizada em casos críticos. A campanha enfatiza a importância da atuação preventiva e colaborativa do Ligue 180, que agora opera de forma independente da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, consolidando-se como um serviço de utilidade pública essencial.
O Ligue 180, disponível 24 horas por dia e de forma gratuita, pode ser acessado por telefone em todo o Brasil ou via WhatsApp no número (61) 9610-0180. Em situações de emergência, a Polícia Militar deve ser contatada pelo telefone 190.
Em termos regionais, o Sudeste lidera o número de ligações, com 121.200 até julho, resultando em 44.100 denúncias. O Nordeste segue com 65.800 ligações, e as regiões Sul, Centro-Oeste e Norte registram 23.168, 22.328 e 17.694 ligações, respectivamente.
Os dados de 2024 mostram que 68,6% das denúncias identificam homens como responsáveis pela violência, enquanto 20,4% envolvem mulheres como agressoras. Em 2023, os homens eram responsáveis por 72,4% das denúncias e mulheres por 18,7%.
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A reestruturação do Ligue 180 em 2023 incluiu a atualização de sua base de dados e a introdução de um canal no WhatsApp, que recebeu 6.689 mensagens até dezembro. A Central recebeu 522.300 ligações ao longo de 2023, com uma média diária de 1.431 chamadas. O volume de denúncias aumentou em 23% no último ano, refletindo uma maior busca por apoio e informações.
A Central de Atendimento à Mulher continua a oferecer orientação sobre direitos e serviços especializados, incluindo delegacias de atendimento à mulher e centros de referência, além de registrar e encaminhar denúncias às autoridades competentes.