Reunião do conselho de governança do Movimento SC pela Educação na sede da Fiesc nesta sexta-feira (10/12) debateu desenvolvimento de competências para o mercado de trabalho e o papel do ensino técnico. Um dos estudos apresentados revelou que jovens estudantes do ensino médio entendem que educação profissional amplia as possibilidades de inserção no mercado.
Carla Chiamareli, gerente de gestão de conhecimento do Itaú Educação e Trabalho, detalhou o estudo da entidade que aponta os desafios de ações voltadas aos jovens. “É importante envolver o aluno na escolha de sua trajetória já no 9º ano do ensino fundamental, pois essa escolha já ocorre no primeiro ano do ensino médio”, comentou. As principais habilidades que os entrevistados gostariam de aprender na escola são língua estrangeira, recursos digitais e empreendedorismo. “Após o ensino médio, os jovens veem o trabalho como um dos principais caminhos”, complementa Chiamareli.
O levantamento ouviu mil estudantes da rede pública de todas as regiões do país, que responderam a um questionário on-line entre 5 e 28 de julho de 2021.
Convidado a integrar o colegiado e participando do encontro pela primeira vez como representante da Câmara Técnica de Desenvolvimento Econômico da Federação de Consórcios, Associações e Municípios de Santa Catarina (Fecam), Marcelo Fett, secretário municipal de São José, falou de uma das iniciativas pioneiras no país voltadas à formação de competência técnicas e emocionais com foco nas demandas do mercado que está em implantação no município.
Chamado de Movimento Geração do Futuro, o projeto implementado pela prefeitura catarinense tem como objetivo preparar estudantes, e também jovens e adultos, a se inseriram no mercado de trabalho desta nova economia. “Quem deve ditar as competências que farão parte da jornada de formação dos nossos jovens é o mercado. Esse é um pilar fundamental do Geração do Futuro: garantir emprego e renda de qualidade para nossas crianças, jovens e adultos”, afirma Fett.
A iniciativa mostrou-se alinhada com a realidade apresentada na reunião e mostra como os municípios podem contribuir nesse processo de mudança da educação no Brasil. Ao tempo em que os jovens estudantes da rede pública entendem que a escola está muito associada a um caminho para um “futuro melhor”, cabe ao poder público contribuir para que, de fato, a educação traga oportunidades que permitam mudanças na vida, aceleradas pela educação profissional. Os apontamentos integram a pesquisa Percepções dos jovens sobre o ensino técnico.
Movimento Geração do Futuro
Em fase de implantação pela prefeitura de São José, o Geração do Futuro iniciou pela capacitação dos professores da rede municipal o que também foi um dos pontos debatidos na reunião do comitê. Os docentes estão sendo capacitados para implantar a educação maker, que consiste na prática de “aprender fazendo”. Em novembro, já foram 90 professores capacitados.
No conteúdo programático, temas inovadores, como: programação e fabricação digital na aprendizagem da matemática; construção de vídeos criativos e inteligentes; a robótica criativa em sala de aula.
“Nosso foco é despertar o interesse das nossas crianças para as competências da nova economia já no primeiro ano do ensino fundamental. Quanto mais cedo começarmos, mais eficiente será esse processo e menos custoso será para o governo e para toda sociedade” afirma o secretário Marcelo Fett.
O Geração do Futuro irá preparar os jovens para o novo mercado desde o ensino fundamental, de modo que cheguem à idade adulta prontos para atuarem nesta nova economia, sem esquecer daqueles profissionais que buscam se reinserir no mercado de trabalho ou fazer a transição na sua carreira. A perspectiva, segundo Fett, é atender mais de mil crianças, jovens e adultos em 2022 e cerca de 5 mil alunos em quatro anos.
O movimento SC pela Educação pretende, até 2024, contribuir para o fortalecimento do ensino profissionalizante como estratégia competitiva em Santa Catarina, qualificando e facilitando, assim, a inserção dos jovens no mercado de trabalho.