Mais de 103 mil pessoas estão à espera de procedimentos cirúrgicos pelo SUS em Santa Catarina. Diante da grande demanda represada, provocada principalmente por interrupções na pandemia, o governo do estado pretende fazer um mutirão de cirurgias eletivas para zerar a fila de espera.
A informação foi dada pelo chefe da Casa Civil, Eron Giordani, em ato de entrega de pacote de projetos do Executivo na Assembleia Legislativa nesta semana.
A realização do mutirão ainda não tem data definida e a Secretaria de Saúde do estado trabalha para iniciar em breve a ação. Para o mutirão acontecer, o governo afirma que é necessário uma revisão das sobras das emendas impositivas, indicadas pelos deputados.
Conforme o deputado Vicente Caropreso (PSDB), a ideia inicial do governo é realizar o mutirão de procedimentos em parceria com o setor privado, como hospitais filantrópicos e clínicas médicas. O deputado, que esteve na reunião, diz que o governo planeja dar início ao mutirão ainda neste ano e previsão de término no primeiro semestre do ano que vem. “Vamos trabalhar para que se concretize, articulando no Legislativo para o que o governo tenha os recursos para executar esse projeto massivo, que é urgente para a saúde de muitas pessoas”, disse o parlamentar, que afirma também que casos simples de saúde se tornam emergências médicas devido à espera.
Nos últimos meses a fila por cirurgias eletivas em Santa Catarina cresceu, influenciada pela lotação das UTIs por conta da pandemia. Em junho eram 95 mil pacientes esperando por intervenção cirúrgica no estado, que passam agora de 103 mil. A maioria das cirurgias requisitadas é de intervenção no sistema digestivo. Diante da vacinação em massa, os casos mais graves de Covid estão caindo e assim a ocupação hospitalar, que está agora em 67% dos leitos de terapia intensiva, o que permite uma retomada dos procedimentos.
Recursos para a Saúde em 22
No final de agosto iniciou na Alesc a discussão sobre o orçamento estadual para 2022. Em 25/8 o governo expôs que a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 22 tem uma previsão de aumento nos recursos destinados à saúde, de 12% para 15% da receita corrente líquida. Esse dinheiro adicional, conforme o secretário da Fazenda, Paulo Eli, será aplicado na manutenção de 1,5 mil leitos de UTI nos hospitais filantrópicos, para o atendimento de pacientes Covid e para a realização das cirurgias eletivas.
Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br