Nove estupros por dia em SC

silhueta de uma mulher sentada com a cabeça apoiada nos joelhos em um trapiche com um plano de água ao fundo

A Secretaria Estadual de Assistência Social registrou nos primeiros cinco meses de 2018 mais de nove (NOVE!) casos de estupro por dia (POR DIA!). Também, segundo os dados expostos pela, 67 mulheres são ameaçadas e outras 53 apanham a ponto de sofrer lesões corporais significativas. Por dia. Só no Estado de Santa Catarina. Dá pra acreditar?

Mesmo com a ressalva de que vários dos casos são falsas acusações, segundo a delegada responsável pelas delegacias de proteção a crianças, mulheres e idosos, é um número assustador. E sabe-se, claro, que, historicamente, a maioria das ocorrências de violência doméstica e grande parte das de estupro não chega a ser registrada.

Estes dados revelam algo importante sobre o nosso estado, como um todo. Somos, em essência, uma população machista (para dizer o mínimo), que resiste absurda, mas bravamente, a aceitar os avanços sociais que retiram a mulher de uma posição secundária na sociedade para um espaço de protagonismo, liberdade e igualdade.

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Esta nossa posição conservadora e atrasada pode ser confirmada, igualmente, em outros campos. Santa Catarina é um dos estados onde mais há registros de trabalho infantil. Também é um dos destaques brasileiros em ocorrências de racismo. Não é por acaso, portanto, que Bolsonaro figura como líder na preferência do eleitorado catarinense, segundo as últimas pesquisas pré-eleitorais.

Cabe aos candidatos ao governo do estado e ao Legislativo mudar esse quadro, através de propostas que contemplem programas de reeducação e avanço nas boas práticas sociais. Já tenho falado há tempos que não é construindo mais presídios que resolveremos os problemas da violência e da Segurança Pública. É somente através de um pacto social consistente, que mude, através do respeito às diferenças e às liberdades individuais, os próprios valores e padrões éticos do povo catarinense, que poderemos sair, algum dia, dessa vergonhosa situação.

Polarização

Apesar da intensa mobilização e ameaças de lançamento de candidaturas ao governo do estado, por parte de figuraças carimbadas da política catarinense, a eleição deste ano deve ser decidida mesmo entre PSD e MDB, protagonistas recentes da gestão da máquina administrativa estadual.

Gelson Merísio (PSD) e Mauro Mariani (MDB) conseguiram evitar que Esperidião Amin (PP) e Paulo Bauer (PSDB) fizessem sombra na curta (e cara) campanha eleitoral que vem por aí. Progressista e Tucano se enfrentarão em busca das vagas ao Senado, acompanhados, respectivamente, por Raimundo Colombo (PSD) e Jorginho Mello (PR).

Correndo por fora, Décio Lima (PT), tende a figurar como terceira força na disputa pelo governo. Se os cachorros grandes se engalfinharem (por conta das mágoas acumuladas durante o racha protagonizado por Colombo e Pinho Moreira, que acabou com o PSD defenestrado do governo, logo após a renúncia do primeiro), pode até ser que sobre uma vaga no segundo turno para o petista. Difícil acontecer, mas, neste país esquizofrênico, nada é impossível. A dificuldade do PT, no entanto, será captar votos no interior do estado, onde nas prefeituras são tradicionalmente comandadas por aliados de Merísio e Mariani.

Fake News

Mesmo com os esforços da Justiça Eleitoral e dos comandos das próprias redes sociais, dificilmente o eleitor estará a salvo das notícias falsas, plantadas por ativistas ou por robôs programados para nos convencer que determinado candidato fez esta ou aquela falcatrua e que, portanto, não merece nosso voto. Imagino que esta será uma eleição das mais sujas já observadas no país.
Convém ao eleitor honesto evitar compartilhar qualquer notícia negativa sobre candidatos, sem antes verificar nos grandes portais de informação se ela é verdadeira. É salutar, também, não acreditar em algo somente porque seu amigo ou conhecido está compartilhando. Ele pode ter sido enganado, ou não ter checado antes de publicar.

Lembrete da semana

Com a campanha eleitoral começando e candidatos tentando ganhar no grito, vale a pena ter em mente que: “Frases feitas não vão mudar o país e nem matar a fome de ninguém.”

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