Santa Catarina registrou um crescimento econômico de 3,7% em 2023, acima da média nacional, de 2,9%. Segundo o economista Paulo Zoldan, que assina os boletins trimestrais da Secretaria de Estado da Fazenda, o estado se destacou especialmente nos setores agropecuário e de serviços, e teve uma queda significativa na produção industrial.
Segundo o boletim, isso se deve, em grande parte, às mudanças na demanda que direcionou parte do consumo das famílias de bens industriais para diversas atividades de serviços.
O setor agropecuário foi um dos destaque destaque, crescendo 12,7%, impulsionado por uma safra recorde e preços agrícolas em queda. O campo foi impulsionado pela safra recorde de soja, milho, trigo, batata inglesa e cebola, resultando em um aumento de 20% na produtividade agrícola. A produção pecuária também cresceu, com aumento na produção de frangos e suínos.
No entanto, a indústria de transformação sofreu revés, com dificuldades relacionadas à retração do mercado nacional de bens industriais e à crise na Argentina, um dos principais parceiros comerciais do estado. O segmento de Fabricação de Produtos Alimentícios, um dos principais e mais tradicionais de SC, registrou uma retração de 0,3%.
“A indústria estadual sofreu o impacto da retração do mercado nacional de bens industriais, o principal destino da sua produção. Juros altos e endividamento elevado das famílias, entre outros problemas, explicam essa retração”, afirmou Zoldan.
Por outro lado, o setor de serviços foi o principal impulsionador do crescimento econômico, crescendo 4,7% em 2023. O comércio, que é o maior subsetor dos serviços, teve também uma reação positiva diante da melhora na economia, principalmente a partir do segundo semestre. Fechou o ano com crescimento de 4%.
Apesar de uma leve queda nas exportações em relação ao ano anterior, as exportações catarinenses continuaram contribuindo significativamente para a atividade econômica do estado. Em 2023, após o valor recorde do ano anterior, as exportações de SC atingiram US$ 11,578 bilhões, ou 3,4% do total nacional. As importações também mantiveram-se elevadas, demonstrando a dinâmica do comércio internacional.
Ocupações
Do total de catarinenses ocupados, 23,6% tinham seu trabalho principal na indústria
geral; 17,8% no comércio; 13,9% na administração pública, defesa, seguridade social,
educação, saúde humana e serviços sociais; 11,9% nos serviços de informação,
comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas; 7%
na agropecuária, florestas e pesca; 6,6% na construção; 5,6% nos transportes,
armazenagem e correio; 5,1% em outros serviços; 4,3% em serviços de alojamento e
alimentação; 4,1% nos serviços domésticos.
Perpectivas
Para o futuro, segundo a análise da conjuntura econômica feita pela equipe da SEF, há perspectivas promissoras. A continuidade da redução da taxa básica de juros, aliada aos benefícios do mercado de trabalho em expansão e aos investimentos público e privado, sinalizam um cenário favorável para o crescimento. Além disso, Santa Catarina está em uma posição relativamente privilegiada no contexto internacional, o que pode proporcionar oportunidades para expandir sua presença nos mercados globais.
Diante desses dados, Santa Catarina está bem posicionada para mais um ano de crescimento econômico, aponta o boletim.