Operação do RS contra aliciamento de menores tem prisões em Florianópolis

Golpe dos "nudes": quatro mandados de prisão foram cumpridos em Florianópolis

Quadrilha do golpes do nudes é presa em RS e SC
Quadrilha extorquia homens de meia idade com o "golpe dos nudes" em RS e SC - Fotos: PCRS

A Polícia Civil gaúcha, com apoio da Polícia Civil de Santa Catarina, deflagrou nesta segunda-feira (29/5) a Operação Cantina, desarticulando organização criminosa nos dois estados que aliciava menores de idade a tirarem fotos eróticas, usadas em “golpe dos nudes”, mediante extorsão.

Foram presas 33 pessoas, 4 em Florianópolis. O bando praticava crimes de lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, porte ilegal de munições e armas de fogo, além das extorsões e corrupção de menores. A operação contou com 150 policiais civis dos dois estados

Em Florianópolis os mandados de prisão foram cumpridos nos bairros Ingleses e Carianos. Foram capturados dois homens e duas mulheres envolvidos no aliciamento de jovens.

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De acordo com o delegado Rafael Liedtke, as investigações iniciaram há onze meses com a prisão em flagrante de um indivíduo em Cachoeirinha (RS). Com ele foi constatada a existência de uma organização criminosa muito bem estruturada, segundo a PCRS, especializada em ludibriar adolescentes com o pagamento por fotos “eróticas”, tanto no Rio Grande do Sul, quanto em Santa Catarina.

Segundo o que foi apurado, um dos líderes da organização, que se trata de um dos braços de uma das facções criminosas de maior atuação no RS, já esteve preso em presídios da Capital, onde exerceu a função de cantineiro e fez diversos contatos com faccionados. Uma vez em liberdade, mas em razão desses contatos, arregimentava outros criminosos, geralmente recolhidos, pra ajudarem na prática do conhecido golpe dos nudes.

O grupo entrava em contato com homens de classe média/alta – incluindo empresários e políticos, segundo os investigadores – por meio de perfis falsos de mulheres jovens, em redes sociais para obter fotografias das vítimas nuas. A partir de então, as lideranças iniciavam uma série de graves extorsões, passando-se inclusive por delegados de polícia do Rio Grande do Sul

“O esquema era perfeitamente delineado, com vasto material que auxiliava na ilusão das vítimas e que era transmitido entre os criminosos. Para a produção do material, os investigados inclusive aliciavam adolescentes, que mandavam fotografias, áudios e vídeos sob remuneração e até mesmo sob ameaças”, disse Liedtke.

A segunda etapa do esquema era a receptação do produto das extorsões por pessoas também aliciadas pela organização. Essas posteriormente pulverizavam o dinheiro entre laranjas, pagos pelo grupo criminoso, até que o dinheiro voltasse para os responsáveis pelas extorsões. Os valores retornavam para os líderes, que ostentavam vida de luxo.

Além de todos o esquema do “golpe dos nudes”, parte do lucro da organização criminosa retroalimentava o tráfico de drogas e de armas.

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