A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (20/05), duas operações simultâneas contra organizações criminosas envolvidas em fraudes cibernéticas, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e crimes financeiros. As ações ocorreram nos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Maranhão.
No total, os agentes cumpriram 26 mandados de busca e apreensão e prenderam 11 pessoas. Além disso, a Justiça determinou o sequestro de bens e valores em nome dos investigados, de laranjas e de empresas associadas aos grupos criminosos.
As investigações começaram a partir de informações compartilhadas pela Rede de Cooperação Internacional em Crimes Cibernéticos, criada em 2023 para reforçar a colaboração entre autoridades de diferentes países. Desde então, a PF conduziu as apurações por meio da Coordenação de Repressão a Fraudes Bancárias Eletrônicas, em conjunto com as delegacias de Joinville e Itajaí, em Santa Catarina.
Operação Cryptoscam foca grupo familiar que atuava desde 2010
A primeira ação, denominada Cryptoscam, tem como foco uma organização criminosa formada por familiares, com base em Ponta Grossa (PR). O grupo é investigado por fraudes bancárias e furtos de criptoativos cometidos por meio de ataques cibernéticos. Inicialmente, a PF recebeu informações sobre o furto de US$ 1,4 milhão em criptoativos pertencentes a um cidadão de Singapura.
A partir dessas informações, os investigadores descobriram que, em 2021, os envolvidos se mudaram para Balneário Camboriú (SC). Desde então, o grupo passou a ocultar os valores ilícitos em nomes de terceiros. Para isso, utilizou imóveis de luxo, veículos caros e criptoativos. Conforme os levantamentos da PF, o grupo movimentou cerca de R$ 100 milhões entre 2020 e 2025.
Além disso, parte dos integrantes também é suspeita de envolvimento em um ataque cibernético ocorrido em 2020, que comprometeu 150 contas da Caixa Econômica Federal, vinculadas a 40 prefeituras.
Operação Wet Cleaning revela rede ligada a estelionato e tráfico
Enquanto isso, a segunda ação, chamada Wet Cleaning, teve início com a prisão de uma mulher identificada como uma das maiores estelionatárias do país. Ela é suspeita de aplicar vários golpes contra a Caixa Econômica Federal.
Com o avanço das investigações, a PF descobriu conexões da mulher com indivíduos envolvidos em furto de caixas eletrônicos, fraudes digitais, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Por outro lado, o grupo utilizava empresas de fachada nos setores de construção civil, informática e transporte de cargas para movimentar o dinheiro ilegal.
Segundo estimativas da PF, a organização lavou aproximadamente R$ 110 milhões em criptoativos. Com isso, os investigadores ampliaram a análise sobre as conexões do grupo, tanto no Brasil quanto no exterior.
A Polícia Federal informou que continuará as investigações para identificar outros envolvidos e aprofundar o mapeamento das conexões nacionais e internacionais dos crimes.
As ações ocorreram nas seguintes cidades:
- Santa Catarina: Joinville, Camboriú, Itapema, Piçarras
- Paraná: Ponta Grossa
- São Paulo: Poá, Guarulhos, Ribeirão Preto
- Maranhão: São Luís