Um grupo de 13 pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) foi solto na manhã desta quinta-feira, (16/9), na Praia do Moçambique, em Florianópolis. Os animais retornaram ao habitat natural após passarem pelo processo de reabilitação realizado no Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CePRAM/R3 Animal), no Parque Estadual do Rio Vermelho.
Desse grupo, seis pinguins foram resgatados nas praias da Ilha de Santa Catarina em parceria com a Polícia Militar Ambiental e o restante foi resgatado em outras regiões abrangidas pelo Projeto de Monitoramento de Praias Bacia de Santos (PMP-BS).
SC tem maior incidência
De janeiro a agosto de 2021 foram encontrados 3.393 pinguins no litoral brasileiro. Santa Catarina é o estado com maior incidência, com 2.421 pinguins encontrados. Em Florianópolis, de acordo com os dados do PMP-BS, até 10 de setembro, 1.325 pinguins foram achados nas praias catarinenses, dos quais apenas 164 estavam vivos no momento do resgate. Agosto foi o mês com a maioria das ocorrências, 1.023 pinguins.
Comuns nas Ilhas Malvinas, Argentina e Chile, estes animais realizam anualmente movimentos migratórios sazonais para o Brasil entre os meses de junho e novembro. Os pesquisadores do PMP-BS observam este comportamento migratório para tentar entender a variação entre um ano e outro.
Os números de encalhes, porém, aumentaram nos últimos anos na ilha. Em 2020, Florianópolis teve um total de 800 pinguins registrados, em 2019 foram 747 encontrados pelos monitores e, em 2018, foram resgatados 1.814 pinguins, apenas 113 com vida.
Tratamento dos pinguins
Os animais muitas vezes são resgatados debilitados, machucados e exaustos, o que demanda um tratamento mais longo. No início do tratamento são hidratados, recebem papa de peixe até que voltem a se alimentar com peixe inteiro, treinem o nado e impermeabilizem as penas. A veterinária Cristiane Kolesnikovas explica que a maior parte dos pinguins que encalham são juvenis, no primeiro ciclo migratório, e chegam bastante debilitados. “Os animais chegam muito magros, desidratados, hipotérmicos e parasitados. Por isso a reabilitação é tão difícil e demorada”.
As equipes de monitoramento e resgate podem ser contatadas pelo telefone 0800-642-3341, das 7h às 17.
[Com informações do IMA]