A Polícia Civil deflagrou na manhã desta sexta-feira (22/10) a 2ª fase da Operação Entulho para o cumprimento de um mandado de busca e apreensão na residência de um investigado, no bairro Costeira, em Florianópolis. O mandado foi expedido pela 5ª Vara Criminal da Comarca da Capital.
A ação é da Delegacia de Repressão a Crimes Ambientais (DRCA) da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC).
A medida cautelar é decorrente de investigações que apuram crimes de associação criminosa, corrupção, construção irregular (com previsão em lei ambiental), furto de energia elétrica, contra as relações de consumo e contra a economia popular e de desobediência (à decisão administrativa de embargo de obras), todos relacionados à ocupação indevida do solo e danos ao meio ambiente urbano em Florianópolis.
Servidores públicos, agentes políticos e construtores civis são suspeitos de se associaram para o cometimento de delitos em detrimento do meio ambiente natural e urbano, promovendo construções que não atendem aos parâmetros estipulados pelo plano diretor urbano, acarretando danos ambientais irreversíveis e diversos prejuízos à coletividade como problemas de mobilidade urbana, falta de infraestrutura e segurança pública, entre outros.
Operação motivo de crise
A Operação Entulho foi um dos fatores que gerou uma pequena crise política no governo de Santa Catarina. Isso porque, na deflagração da primeira fase, o Correio revelou que a DRCA, então encabeçada pela delegada Beatriz Ribas, investigava agentes políticos no governo de Santa Catarina e no governo municipal de Florianópolis.
Houve cisma interna no governo com a investigação doméstica. Quando o delegado Akira Sato recusou o comando da Polícia Civil de Santa Catarina apenas após duas semanas no cargo, o motivo do declínio precoce foi apontado por alguns jornalistas relacionado a uma suposta recusa em “abafar” casos de investigação interna da PC no poder público estadual, uma delas a Operação Entulho. Posteriormente a delegada Ribas trocou de delegacia.
Novas fases da operação, cuja investigação ficou a cargo do Ministério Público estadual, já eram previstas. O inquérito segue em segredo de justiça.
A operação foca na relação corrupta que há de construtores que atuam no norte da ilha de Florianópolis com agentes políticos com poder de liberação de alvarás e licenças, como na Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Florianópolis, o que a prefeitura diz desconhecer.
Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br