A justiça estadual deu ordem de prisão preventiva a dois policiais militares suspeitos pelo desaparecimento de um homem em Laguna, em 15 de janeiro.
A prisão preventiva foi decretada, com cumprimento nesta segunda-feira (15/2), porque os dois estariam interferindo nas investigações. De acordo com parecer do Ministério Público de SC, os policiais subtraíram provas e ameaçaram e coagiram testemunhas, além de indícios de autoria já coletados nas investigações quanto a crimes como abuso de autoridade, prevaricação e outros.
O caso
Diego Scott foi levado pelo dois policiais militares após um chamado de violência doméstica, no bairro Progresso, em Laguna. A polícia já tinha sido chamada outras vezes por conta do comportamento de Scott, que era agressivo com o pai e a esposa. Normalmente ele era liberado depois. Nessa ocasião de 15/1 ele desapareceu após entrar na viatura da PM. Os policias primeiramente negaram que tivessem levado o homem de 39 anos. Imagens de câmeras próximas mostraram o contrário.
O caso está sendo investigado desde o momento em que a família de Scott comunicou o seu desaparecimento às autoridades policiais, com o acompanhamento da 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Laguna, com atribuição no controle externo da atividade policial.
Os dois PMs já estavam afastados de suas funções adminstrativas, que era uma medida cautelar alternativa à prisão desde 28 de janeiro, justamente para evitar que eles prejudicassem as investigações. Mesmo assim, conforme as apurações, eles teriam continuado a tentar interferir no processo, afirma o MP.
As investigações constataram que os suspeitos teriam eliminado eventuais provas em seus aparelhos de telefone celular, além de terem desligado o tablet e as câmeras da PM por um período após a detenção. Esses equipamentos deveriam ser mantidos em funcionamento durante a ação dos policiais para, entre outras finalidades, permitir a fiscalização das operações por meio do registro de imagens e de dados, como localização e horários das atividades.
A apuração vem sendo conduzida pela Divisão de Investigação Criminal da Polícia Civil e pela Corregedoria da Polícia Militar com acompanhamento do Ministério Público.