Acabou o período de quarentena da primeira ninhada de tigres brancos a nascer em zoológico brasileiro. Radesh, Indra e Indira deixaram de ser recém-nascidos e já podem ser exibidos ao público. A coordenadora do Zoológico do Beto Carrero World, Kátia Cassaro explica que a história do pequeno trio é repleta de fatos raros e marcantes para a fauna. “Esta é a primeira vez que tigres brancos nascem em cativeiro no país e a mãe é uma fêmea primípara (primeira cria), o que lhe dá o instinto de abandonar os filhotes, situação que felizmente não aconteceu. Eles estão com ela desde o nascimento”, comemora.
A bióloga explica que é necessário o período de quarentena para que o desenvolvimento dos filhotes não sofra interferência de outros animais. “Amal surpreendeu a todos amamentando e cuidando muito bem dos filhotes”, acrescenta a bióloga. Como estão fortes e saudáveis já podem ser expostos ao público, sempre na presença da mãe.
No Brasil, atualmente apenas o Zoo do Beto Carrero World, a Fundação Parque Zoológico de São Paulo e Fundação Jardim Zoológico de Brasília contam com tigres brancos. Em Penha, além dos filhotinhos e Amal, vivem Ravi, o tigre macho pai da ninhada e Rahny, irmã de Amal.
Tigres apresentam comportamento solitário e são territorialistas. Para que se mantenha animais adultos juntos, são necessárias técnicas especiais de adaptação e manutenção. O nascimento dos tigrinhos é o resultado de um trabalho que se iniciou antes dos animais chegarem ao Zoo, na escolha dos animais, como idade e procedência.
A história de Ravi, Amal e Rahny no Zoo do Beto Carrero World iniciou há mais de dois anos após a realização de um processo detalhado de pesquisas. “Na data não nos interessava trazer animais irmãos, pois tínhamos interesse em reprodução”, explica o veterinário José Daniel Fedullo. O tigre Ravi chegou em 2016 da Alemanha e no ano seguinte ganhou a companhia das irmãs argentinas Amal e Rahny. O processo de adaptação do trio durou mais de três meses até que eles conseguissem conviver em harmonia em grupo.
Tigres brancos, também reconhecidos como tigre real de bengala, são animais extremamente raros de serem encontrados. A espécie apresenta uma característica genética chamada leucismo, que possui pelagem branca, porém não é albina. Além disso, todos apresentam uma pequena pigmentação de faixas escuras. “É muito importante que zoológicos desempenhem o papel voltado para a reprodução, pois esta é, talvez, a única maneira de garantirmos a conservação das espécies no futuro”, reforça a coordenadora do Zoo Beto Carrero World.