Um projeto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a Arteris Litoral Sul pretende diminuir a circulação de motos na principais faixas da BR-101, no trecho entre o km 192 e o 215, de Biguaçu a Palhoça, onde dividem espaço com veículos pesados. Chamado “mudança de hábito”, o projeto foi apresentado em uma roda de conversa na câmara de São José sobre as intervenções na rodovia, nesta terça-feira (24/8). Ainda não há data para o início da operação.
O chefe do núcleo de planejamento e fiscalização da delegacia da PRF na Grande Florianópolis, Anderson Koerich, explica que a intenção do projeto é tornar as vias marginais livres de cruzamentos, o que, indiretamente, seria uma alternativa de ligação entre os municípios. Ele comenta ainda que isso ajudaria na mobilidade em trajetos curtos, “evitando que o cidadão suba na via principal, por vezes, para fugir do próximo cruzamento que tá parado”.
Com as vias marginais livres, as motos não poderiam utilizar as faixas principais da BR-101 e dividir espaço com veículos pesados. Koerich fala que muitos motociclistas “não têm habilidade para andar numa rodovia federal com aquele trânsito caótico, pesado, muito perigoso” e dá o exemplo de motoristas de carretas que, para manter o embalo, não pisam no freio. “O respeito que deveria ter acaba não tendo quando coloca uma carreta de 32 toneladas com uma moto de 100 quilos”, explica. De acordo com ele, o trecho do km 200 ao 211 (São José) tem o maior número de acidentes graves, seguido pelo trecho entre o km 211 ao 220 (Palhoça).
Obras
O projeto da PRF está inserido ainda no contexto da ampliação das faixas de rolamento do sentido norte da rodovia, obra iniciada em fevereiro e que deve ficar pronta em novembro, segundo Marcelo Possamai, coordenado de projetos da Arteris. Mas, antes disso, diversos trechos estarão sendo liberados, entre eles o do acesso à Via Expressa Sul, que é um dos mais adiantados. Já a construção da terceira faixa, última grande obra prevista no contrato de concessão entre a Arteris e o governo federal, pode passar por mudanças pontuais em alguns viadutos, mas futuras ações dependem de alterações no contrato, que deve ser reavaliado em 2022.
Por Ana Ritti – redacao@correiosc.com.br