Contribuintes catarinenses terão que ver os poderes públicos torrarem até R$ 48,3 milhões em uma praça em Florianópolis. Não é uma praça qualquer, mas sim a Praça Tancredo Neves, no Centro, local que já recebeu o Papa João Paulo II. O espaço de 18,4 mil m² reúne à volta as sedes dos poderes Legislativo e Judiciário (incluindo TJSC e Tribunal de Contas) e é apelidada até hoje de “Praça dos Três Poderes”, apesar do Executivo não estar mais sediado no local, desde 2003.
A ideia de reformar o local não é nova. Em 2010 a Prefeitura de Florianópolis fez um concurso de projetos arquitetônicos para a revitalização, cujo resultado só saiu em setembro do ano seguinte; uma das premissas era de que o projeto previsse uma obra de no máximo R$ 18 milhões. O primeiro lugar ficou com o desenho de um grande estacionamento no subsolo e um anfiteatro acima para apresentações públicas, entre outros aspectos paisagísticos. A execução não saiu dos esboços.
No início de 2023 houve nova movimentação com a intenção de reformar a praça. Na ocasião, os presidentes da Alesc, do Tribunal de Justiça e do Tribunal de Contas do Estado anunciaram que cada órgão vai gastar R$ 15 milhões de suas “sobras” de orçamento para a obra, mas que o projeto teria como base a proposta vencedora do concurso, necessitando apenas de atualização.
Nesta quarta-feira (25/10), porém, houve um fato novo. O presidente do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, desembargador João Henrique Blasi, que está como governador interino até domingo, anunciou que o projeto será detalhado tecnicamente e, para isso, o Poder Executivo também irá gastar: mais R$ 3,3 milhões para a nova elaboração.
Isto é, a reforma da praça que já estava na casa de R$ 45 milhões agora passou para o teto de R$ 48,3 milhões. O valor é uma projeção máxima, podendo ser menor, se as licitações do projeto e da obra assim resultarem – a cargo da prefeitura.
Estacionamento é prioridade
A reforma tem como principal objetivo fornecer um novo estacionamento na Praça dos Três Poderes – maior e coberto. Até então eram projetadas 500 vagas, mas o novo projeto poderá aumentar essa capacidade, o que torna o local uma “mina de ouro”. Não há certeza se o espaço será objeto de licitação, uma vez que vai aglutinar as vagas existentes. Atualmente são três estacionamentos na área, dois dos quais administrados pela Multipark, que explora a maior parte dos grandes estacionamentos no Centro de Florianópolis.
Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br
