A Secretaria de Assistência Social de São José identificou recentemente que até 11,4 mil famílias moradoras da cidade são potenciais recebedoras de diversos benefícios. A possibilidade só pode se concretizar, porém, se as pessoas atualizarem seus dados do Cadastro Único (Cadúnico).
Até o final de 2021, por conta da pandemia, não havia bloqueio dos benefícios, mas nesse ano o Governo Federal iniciou um envio de listas aos municípios de possíveis interrupções nas transferências de renda caso as pessoas não mantenham o Cadúnico atualizado. Em São José foram identificadas pelo governo federal em fevereiro 2.412 famílias que devem atualizar as informações. Por conta disso a Prefeitura de São José intensificou a busca ativa dos beneficiários e pretende inclusive montar mutirões para atualização e, assim, dar continuidade aos pagamentos.
Atualmente há uma taxa de atualização em torno de 60% em São José, que é considerada baixa. Isso porque durante a pandemia não houve grande procura pela atualização, já que os benefícios do auxílio emergencial e agora do Auxílio Brasil foram mantidos sem restrição. Com isso houve uma demanda represada de atualização, que agora começa a se converter na procura das famílias pela Assistência Social municipal.
A secretaria ressalta que há famílias que não atualizam os cadastros desde 2018 ou 2019 e que não sofreram bloqueios até então, o que pode mudar. Existe um trabalho de busca ativa pelos beneficiários, principalmente por telefone ou Whatsapp e, em alguns casos, presencialmente. O ideal é que as pessoas busquem contatar a secretaria para marcar o cadastro.
Segundo a secretaria é necessário que as pessoas liguem para os Cras e Creas da cidade para agendarem os atendimentos para atualização do Cadúnico. Os números disponibilizados são: (48) 3288-5767, 3288-5768 ou 3288-5769.
A indicação é que, se as pessoas não atualizarem o Cadúnico, podem perder, além do Auxílio Brasil, o BPC, a tarifa social energia elétrica, a possibilidade de idosos viajarem de forma gratuita e o ID jovem (desconto em viagens rodoviárias).
Números da assistência social de SJ
Das 11,4 mil famílias em São José possivelmente beneficiárias há, até fevereiro de 22, 4.917 que recebem o Auxílio Brasil, que tem piso de R$ 400. Algumas recebem mais, para que se alcance o mínimo de R$ 100 por renda per capta em cada família.
A demanda por auxílios também tem aumentado. Até dezembro de 21 eram 4.586 famílias beneficiadas em São José, passou a 4.734 em janeiro e, nesse mês, está em 4.917.
A assistência identificou que cerca de 32% dessas famílias identificadas em São José vivem em situação de extrema pobreza, com ganhos de 0 a 100 reais por mês. Todas recebem auxílio, mas precisam manter o Cadúnico atualizado. 10% das famílias possuem renda entre R$ 100,01 e R$ 200, consideradas em situação de pobreza; 28% são famílias de baixa renda, cujo valor da renda é de R$ 200,01 até meio salário mínimo. Por fim, 29% das famílias cadastradas possuem renda acima de meio salário mínimo.
No âmbito do Benefício de Prestação Continuada (BPC), um dos mais essenciais auxílios que existe no Brasil (um salário mínimo), há mais de 2,5 mil pessoas beneficiárias em São José, porém até agora a secretaria conseguiu atualizar o cadastro de 90 dessas das 206 recentemente incorporadas; as demais 116 precisam atualizar o Cadúnico e posteriormente ir ao INSS para a conclusão do trâmite.
Paralelamente ao Auxílio Brasil, que substituiu o Bolsa Família em outubro de 2021, há também o pagamento bimestral do vale gás a todas essas famílias beneficiárias. O valor é de R$ 52.
O Cadúnico
Sem o Censo populacional, o Cadúnico é um dos retratos mais fiéis da população brasileira de baixa renda. Por isso é imprescindível que mantenham informações corretas no cadastro. O governo federal hoje em dia cruza essas informações com outros bancos de dados para verificar se são verídicas e se as pessoas realmente devem ganhar uma transferência de renda, de acordo com os critérios. Em São José, por exemplo, não são todas as 11,4 mil famílias identificadas que necessariamente vão receber algum auxílio; recebe quem realmente precisa. Há casos em que as pessoas omitem informação de renda e que depois é identificada pela Controladoria Geral da União, que exige a devolução do pagamento.
Endereços dos Cras
Os locais de realização desses cadastros são a sede do departamento do Cadastro Único (na antiga Cidade da Criança, marginal da BR-101 em Barreiros) e os equipamentos dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) que possuem cadastradores: Forquilhinha (Rua Pedro Álvares Cabral, nº 580) e Zanellato (Rua Gaivotas, nº 265). Há também Cras nos bairros Colônia Santana, Areias e Ipiranga.
Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br
