Santa Catarina realiza o maior investimento de sua história em infraestrutura hídrica. O estado destina R$ 342 milhões para mitigar enchentes nos anos de 2024 e 2025. O foco principal é proteger o Vale do Itajaí, uma região que historicamente sofre com cheias. O projeto abrange modernização de barragens, construção de novas estruturas, reforma de diques e melhorias fluviais.
O governador Jorginho Mello enfatiza que o objetivo é aumentar a segurança das famílias e, ao mesmo tempo, agilizar a resposta em momentos críticos. “Queremos que as famílias tenham mais segurança e que a gente possa responder mais rapidamente em períodos críticos”, afirma Mello. Desde 2012, quando o estado assumiu a operação das barragens de Taió, Ituporanga e José Boiteux, as iniciativas se intensificaram. Assim, busca-se reduzir os impactos das cheias e proteger áreas vulneráveis.
Melhorias fluviais e limpeza de rios
No Alto Vale do Itajaí, a cidade de Rio do Sul avança na segunda fase do projeto de melhoramento fluvial. O investimento, que chega a R$ 16 milhões, visa garantir melhorias significativas. A obra, já em fase avançada, previa término em novembro; no entanto, o prazo foi prorrogado para garantir a remoção completa de 67 mil m³ de sedimentos.
Além disso, Rio do Oeste, que enfrenta enchentes recorrentes, também receberá melhorias. Recentemente, o governo lançou uma licitação de até R$ 10 milhões para a limpeza dos rios Itajaí do Oeste e das Pombas. Dessa forma, a intervenção inclui a remoção de árvores exóticas e materiais acumulados, melhorando assim o escoamento das águas. A empresa responsável será definida ainda neste mês.
Modernização e construção de barragens
Além dessas melhorias, Santa Catarina moderniza o sistema de contenção de cheias. A barragem de Ituporanga, construída em 1976, receberá sua primeira reforma completa, com um investimento de R$ 23,3 milhões. As obras incluirão a substituição de comportas e a automação do sistema, permitindo controle remoto pela Defesa Civil.
Na barragem de José Boiteux, localizada na Terra Indígena Xokleng, a Defesa Civil recebeu autorização do Ministério Público Federal para iniciar reparos na comporta danificada. Com a Celesc responsável pela obra, essa ação se torna essencial para reduzir os riscos de enchentes no Vale do Itajaí. Em Taió, a barragem passará por melhorias no sistema de drenagem e na rede elétrica, além da substituição de bombas. A Barragem Oeste também será modernizada, com investimento de R$ 420 mil para aprimorar o sistema de drenagem das galerias.
Além disso, o governo estadual lançou licitações para construir as barragens de Mirim Doce, no Alto Vale, e Botuverá, no Médio Vale. Essas serão as primeiras barragens construídas diretamente pelo governo catarinense. A barragem de Mirim Doce, localizada no Rio Taió, está orçada em R$ 97,1 milhões e terá capacidade para 12,63 bilhões de litros. Já a de Botuverá, no Rio Itajaí-Mirim, terá uma capacidade de 20,20 bilhões de litros, com custo estimado em R$ 155 milhões.
Além disso, a construção da barragem de Petrolândia, com investimento de R$ 72 milhões, já está prevista e em fase de aprovação. Essa barragem será fundamental para a segurança hídrica nas áreas urbanas do Médio e Alto Vale do Itajaí. Assim, a conclusão dessas obras fortalecerá o sistema de contenção de cheias e reduzirá os riscos de inundações frequentes na região.