Com bons resultados na campanha de imunização contra coronavírus, o Estado de Santa Catarina entende que está pronto para seguir com o processo de vacinação contra a Covid-19, dessa vez em crianças. Porém, há um atraso para a vacinação infantil provocado pelo governo federal.
Segundo o governo de SC, tão logo as doses referentes a esse grupo etário forem encaminhadas pelo Ministério da Saúde, a imunização infantil será iniciada. O secretário de estado também afirma que não é necessário o passo burocrático da recomendação médica pela vacina.
“Entendemos que é urgente a imunização das crianças contra a Covid-19. Também acompanhamos o posicionamento do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) de que não se faz necessária a exigência de prescrição médica”, reforça o secretário de Estado da Saúde, André Motta.
Porém, como foi realizado desde princípio, a decisão passará pela Comissão Intergestores Bipartite (CIB), composta por representantes da gestão do estado e dos municípios para que haja uma análise técnica e estritamente baseada na ciência. É importante lembrar que a vacina indicada para esta faixa etária já possui estudo clínico concluído e aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o seu uso.
Atraso é provocado pelo governo federal
A Anvisa já autorizou há 10 dias a aplicação de doses especiais da Pfizer para imunização de crianças. Porém, por ideologia, os principais representantes do governo federal travam o andamento da proteção da população infantil. Estimulados por agentes políticos, alguns cidadãos ameaçaram de morte os técnicos da Anvisa pela liberação da vacina e o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, resolveu fazer uma “consulta popular” ideológica para atrasar ainda mais a vacinação, ocorrida na manhã dessa sexta (24/12).
A empresa Pfizer já alertou que ainda não recebeu qualquer pedido do governo brasileiro para a compra de vacinas. Em Santa Catarina já morreram 32 crianças de 0 a 9 anos por complicações da Covid, mas o próprio ministro afirmou publicamente que as “taxas de mortalidade infantil não justificam medidas emergenciais”.
Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br