Estado e municípios decidem manter vacinação contra a Covid dos adolescentes de 12 a 17 anos

    Ministério da Saúde tentou suspender vacinação

    O Ministério da Saúde divulgou recomendação de suspender a vacinação de adolescentes contra a Covid-19 no Brasil. Em nota técnica publicada na quinta-feira (15) o ministério passou a recomendar a vacinação apenas para os adolescentes entre 12 e 17 anos que tenham deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade.

    Estado e municípios decidem manter vacinação contra a Covid dos adolescentes de 12 a 17 anos
    Cidades já vacinavam adolescentes contra a Covid, quando foram surpreendidas por decisão do ministro Marcelo Queiroga – Cristiano Andujar/PMF/Divulgação/CSC

    A decisão partiu do ministro Marcelo Queiroga que, em coletiva, queixou-se das ações estaduais para vacinar adolescentes, afirmando que “três milhões e meio receberam a vacina de forma intempestiva”. Na decisão do ministério, entre outros argumentos para revisar a recomendação, estava que os “benefícios da vacinação” em adolescentes sem comorbidades ainda não estão definidos e que a Organização Mundial de Saúde (OMS) não recomenda imunização de adolescentes com ou sem comorbidades – o que é falso. Em vídeo publicado em junho, a OMS disse apenas que a vacinação de adolescentes entre 12 e 17 anos não é prioritária.

    Dados do MS apontam que mais de 1,5 mil jovens de 10 a 19 anos já morreram pela Covid-19 em todo o país. Dessas fatalidades, 35 foram em Santa Catarina, aponta o governo do estado.

    Estado não acata
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    Após a tentativa do Ministério da Saúde em suspender a vacinação, gestores estaduais e municipais se reuniram para entender a questão. Em reunião extraordinária da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) de Santa Catarina realizada na tarde desta quinta-feira (16) o estado, em conjunto com as prefeituras, decidiram manter a vacinação dos adolescentes de 12 a 17 anos de idade , priorizando aqueles portadores de comorbidades, deficiência permantentes, gestantes, puérperas, lactantes e sob medidas sócio educativas. Para isso, deverá ser utilizada a vacina do laboratório Pfizer, único autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser utilizado nesse grupo etário.

    A decisão foi baseada em posicionamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) que indica jsutamente a aplicação da vacina em adolescentes, tendo em vista que testes demonstraram alta eficácia e boa segurança da vacina Pfizer nesse grupo etário. Além disso, ainda de acordo com a OMS, evidências sugerem que os adolescentes têm tanta probabilidade de transmitir a Covid-19 quanto os adultos.

    Os membros da Comissão também votaram por elaborar um documento solicitando apoio do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) para que o Ministério da Saúde reconsidere a decisão de suspender a vacinação dos adolescentes, tendo em vista a importância de imunizar este grupo.

    Prazo da Pfizer muda

    Outra decisão tomada na reunião foi antecipar a aplicação da segunda dose da vacina da Pfizer de 12 para 8 semanas, seguindo a orientação do Ministério da Saúde. As doses serão encaminhadas a partir da próxima segunda feira (20) e os municípios deverão organizar as estratégias de vacinação, considerando o novo prazo.

    Atualmente, o estado de Santa Catarina possui armazenado na Rede de Frio um total de 303.0320 doses da Pfizer para aplicação da segunda dose (D2), quantitativo suficiente, neste momento, para realizar essa antecipação de pessoas que receberam a primeira dose até dia 21 de julho.

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