Com atraso de pouco mais de 3h, o primeiro lote de vacinas pediátricas contra coronavírus chegou ao aeroporto de Florianópolis às 11h50 desta sexta-feira (14/1). A pequena remessa, de cerca de 39.800 doses da Pfizer, será distribuída proporcionalmente aos municípios catarinenses conforme população estimada em 2020. Segundo a estimativa do IBGE, o estado tem 642,8 mil crianças, das quais aproximadamente 100 mil moram em 22 cidades da Grande Florianópolis
Segundo nota técnica da Dive (Diretoria de Vigilância Epidemiológica) estadual aos municípios, a vacinação infantil terá públicos prioritário neste primeiro momento, diante da baixa quantidade de doses. Serão priorizadas as crianças, de 5 a 11 anos, que tenham deficiência permanente (física, mental, intelectual ou sensorial), portadores de comorbidades, indígenas, quilombolas, crianças que vivem em abrigos e em lares com pessoas com alto risco para evolução grave de Covid-19.
Dentro do grupo prioritário, são considerados indivíduos com deficiência permanente aqueles que apresentem uma ou mais das seguintes limitações: Limitação motora que cause grande dificuldade ou incapacidade para andar ou subir escadas; indivíduos com grande dificuldade ou incapacidade de ouvir; indivíduos com grande dificuldade ou incapacidade de enxergar; indivíduos com alguma deficiência intelectual permanente que limite as suas atividades habituais, como trabalhar, ir à escola, brincar, etc.
Em relação às crianças portadores de comorbidades, devem ser considerados aquelas com as situações listadas abaixo:
– Diabetes mellitus e doenças metabólicas hereditárias
– Doenças pulmonares crônicas
– Cardiopatias congênitas e adquiridas
– Doença hepática crônica
– Doença renal crônica
– Doenças neurológicas crônicas
– Imunossupressão congênita ou adquirida
– Hemoglobinopatias
– Obesidade grave (IMC: escore z>+3
– Síndrome de down
Depois, serão imunizadas as crianças de 5 a 11 anos de forma escalonada por faixa etária, da maior idade para a menor, assim como ocorreu com adultos e adolescentes. Conforme a tabela da Dive, na Grande Florianópolis há um total de 100,7 mil crianças que podem receber a proteção biológica.
A partir do total de doses encaminhadas pela Secretaria de Estado da Saúde, os municípios devem organizar as estratégias de vacinação no seu território, de forma a atender o grupo elencado como prioritário e o grupo por faixa etária. As prefeituras em breve vão divulgar os locais de vacinação infantil contra a Covid. Seja qual for a cidade, é proibido exigir atestado médico para vacinar uma criança.
O laboratório Pfizer é por ora o único com patente autorizada para aplicação no público infantil no Brasil. Para a imunização completa com a Pfizer, as crianças deverão tomar a segunda dose após 8 semanas. A Anvisa reavalia pedido do Butantan para aplicar a Coronavac em crianças, rejeitado na primeira solicitação.
Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br