Sérgio Moro pediu demissão do Ministério da Justiça nesta sexta-feira (24/4). Em pronunciamento, Moro afirma que não aceitou as tentativas de interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal.
A decisão já era aventada desde a quinta-feira, quando o presidente avisou ao agora ex-ministro que trocaria o comando da Polícia Federal, exonerando o delegado Maurício Valeixo, aliado de Moro na operação Lava-Jato. Moro não aceitou a intervenção porque fere a autonomia da instituição.
No pronunciamento ao vivo, Moro afirmou que mesmo em governos anteriores, com todos os esquemas de corrupção, a autonomia da PF não foi alterada pela política de governo e que as tentativas que houveram foram infrutíferas. Ele afirmou que haveria problema em trocar o superintendente da PF, mas sim o motivo da troca. Só aceitaria se fosse por incompetência.
Moro também afirmou que assumiu o Ministério da Justiça com três principais metas: combater o crime organizado, a corrupção e os crimes violentos e que nesse período de um ano e quatro meses trabalhou nesse sentido.
Moro é o segundo ministro do governo Bolsonaro a sair durante a pandemia do coronavírus. O primeiro foi o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.