Os primeiros dias de outono de 2020 na capital catarinense mostram um cenário lindo: um sol exuberante, poucas nuvens, temperatura agradável, com pouco vento, mar calmo e um silêncio fora do normal.

Na realidade tudo fora do normal. Neste 23 de março, aniversário de Florianópolis, a cidade completa 347 anos, com um cenário surreal, imposto por uma pandemia sem precedentes, pelo menos por aqui.

A paisagem extremamente convidativa é quase uma provocação, em que haveria todos os melhores motivos para se estar nas ruas do litoral durante o feriado municipal. Mas, apesar da composição cênica da natureza, aliada aos traços urbanos e recortes naturais de Florianópolis, há uma força maior dessa própria natureza impondo o toque de recolher: o novo coronavírus.

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Em Florianópolis, os números do último boletim mostram que há 10 casos de infecção por Sars-Cov-2 em uma população de pouco mais de 500 mil habitantes. Assim como no recente aniversário da vizinha São José, toda a população em casa, como deve ser no mundo todo.

Fica difícil comemorar a cidade que nos abriga, que temos no coração. Os pedidos gerais de aniversário pela população não são outros que a erradicação do agente biológico, o fim da pandemia, a volta do trabalho, os corpos nas ruas. O vírus sufoca, tanto os acometidos por Covid-19, a doença, quanto pelo seu aspecto de combate, isto é, ficar “preso” em casa.

Florianópolis, nomeação polêmica derivada de um general violento, ainda mantém os traços de magia que envolvem corações e mentes e, além do momento, guarda muito o que comemorar.

Feliz aniversário, Floripa, Desterro, Ondina, Ilha da Magia.

Por Lucas Cervenka

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